segunda-feira, 16 de junho de 2014

NASCE A GUERREIRA

Finalmente estava chegando a hora. Um fato que nos assombraria até o dia do nascimento é que não poderia haver nenhuma intercorrência, nenhum risco de Gabriela nascer antes do tempo, pois o risco de sequela seria muito grande. Apesar de estarmos muito nervosos, tudo deu certo e chegou o grande dia. Acordamos cedo (5 da manhã) e as 6 já estávamos no Mãe de Deus, cada vez mais apavorados, conforme vocês podem ver nessa foto da Letícia tirada na sala de preparação.



Assisti ao parto (um ato de coragem que n666unca pensei ter), e como não suporto ver sangue e outras situações ligadas a uma sala de cirurgia, só fiquei focado na Letícia, me escondendo nos panos (ou campos, como a obstetra e o anestesista chamaram). Mesmo com a grande incisão feita por ela, além do auxiliar, o anestesista teve que ajudar para evitar sequelas por conta da hidrocefalia. 

Lembram do box explicando como era a rotina de um parto no último post? Pois bem, nada daquilo aconteceu conosco. Fomos instruídos que após o bebê nascer, os médicos cortariam o cordão umbilical e levariam ele para a mãe dar o primeiro colo. Depois o pai levaria ele para checar peso e altura, correto? Errado. Sequer pegamos Gabriela no colo, a pediatra recebeu ela do médico e levou ela para pesar. Depois disso, levou direto para o berço aquecido na UTI neonatal a qual ainda não podia ve-la. Eu sai para dar notícia aos nossos familiares.

Logo depois, veio a obstetra, explicando que Gabriela iria ficar na UTI por risco de infecção, etc. Mais uma frustração, pois ninguém conseguiria ver Gabriela naquele dia, exceto eu. Mas como meu anjo da guarda nunca me abandona, logo depois que fui conhecer a UTI e sua rotina, para minha surpresa fui informado que  existem 3 dias de visita, quarta, sábado e domingo, das 16 às 16:30. Adivinhem que dia da semana era aquele 20 de Outubro de 2010? Quarta-feira. Resultado, tanto minha mãe quanto a Dulce (minha sogra postiça) viram Gabriela.

O resto do dia, fiquei na UTI com a Gabriela, deixando a Letícia mais aos cuidados da Dulce. O mais legal e, ao mesmo tempo, angustiante foi que a minha filha nasceu pronta para sugar, ávida de fome, mas não podia consumir o leite da mãe dela, pois o risco de agravar a lesão ainda era grande. A alimentação naquele primeiro dia ficou restrita ao soro. Mas como era de se esperar, tão guerreira quanto ela foi dentro do útero, ela seria aqui fora. Tanto que as enfermeiras deram um bico para ela continuar a ser estimulada na sucção. Parecia a Meg Simpson com tantos estalos que dava sugando a chupeta.

Essa foi a quinta PEQUENA VITÓRIA de Gabriela, mas nem tão pequena assim.

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