quarta-feira, 24 de setembro de 2014

ESCOLHAS

A vida é feita de escolhas. A partir do momento que decidimos aceitar a Gabriela, temos a certeza que fizemos a escolha mais certa das nossas vidas.Segundo a sabedoria popular, o CARA lá de cima não lhe dá um fardo que você não possa carregar, e nós acreditamos sinceramente que isso é verdade, pois sempre, nessa trajetória de mais de quatro anos, as soluções surgiam quase que imediatamente após os obstáculos.

Eu escolhi papai, eu escolhi mamãe e eu escolhi a Gabriela.

Nessa célebre frase proferida pela própria guerreira, está a definição perfeita a nossa família. Uma teoria disse que fomos nós que pedimos essa tarefa, e se isso realmente aconteceu, nos sentimos honrados da decisão que tomamos. É claro que inúmeras vezes, durante a caminhada, fraquejamos mas apenas para nos levantarmos, secar as lágrimas e seguirmos em frente.

Essa foi mais uma GRANDE BÊNÇÃO dos pais da Gabriela.




domingo, 7 de setembro de 2014

TRÊS GUERREIROS

Eu já comecei inúmeras vezes esse texto, e das mais diversas formas, devido a avalanche de sentimentos que o texto e os fatos que serão relatados me proporcionam. Por fim, resolvi contar uma fábula ou seriam três episódios de uma guerra conjunta contra um inimigo comum: o diagnóstico definitivo. Os três episódios terão como protagonista um guerreiro diferente, e se houver a devida autorização, eles serão identificados. 

A primeira batalha a ser narrada é da minha heroína favorita, a linda e sorridente Gabriela (ainda não sei quem autorizou, mas acho que devo correr o risco), que nos seus primeiros meses de vida, nos foi dito que as pessoas portadoras do diagnóstico dela (hidrocefalia) tem dificuldade de formar frases. Para quem conhece essa guerreira, sabe que o que ela tem menos é dificuldade de falar, fala melhor que eu e muitos que conheço. 

A segunda batalha é de um menino esperto que teve diagnosticado uma síndrome tão rara que ele era o terceiro caso no Brasil. Procurando ajuda de uma das mais renomadas instituições do país, ao invés de tratarem ele, o associaram a outro diagnóstico. Com a evolução do menino, chegando aos parâmetros pré-estabelecidos no seu pseudo-diagnóstico, estavam tentando dizer que a guerra estava ganha, mas o menino sequer andava, e falar muito menos. Seus irmãos de batalha (família) sabiam que baseado no inimigo real esses objetivos poderiam ser alcançados. Então a instituição marcou uma avaliação, mas com os avaliadores querendo declarar a vitória absoluta. Durante a avaliação, os pais do guerreiro estavam sentados em um banco de frente do menino, mas a uma distância considerável. Pois o guerreiro, levantou-se de onde estava e, cercado por suas escudeiras foi caminhando cambaleante até a mãe, passando pelos avaliadores que, tenho certeza, ficaram com cara de abobados por ser "impossível" o que estavam testemunhando. É óbvio que tiveram que seguir o tratamento.

A terceira batalha não tenho muitos detalhes, mas foi em uma outra instituição, também renomada, onde foi dado um parecer de incapaz. Pois esse incapaz, é técnico em contabilidade e eu vi ele fazendo auto-escola. Não sou formado em medicina, mas será que alguém declarado incapaz pode tirar carteira de motorista?

A lição que eu tiro dessas três batalhas, é que mais importantes do que o diagnóstico fala sobre você, é como você encara o diagnóstico. 

Essas são as MAJESTOSAS VITÓRIAS de guerreiros tão grandiosos quanto a Gabriela.