segunda-feira, 20 de outubro de 2014

RESILIÊNCIA


Antes de começar o texto, peço que peguem seus dicionários ilustrados e procurem a palavra RESILIÊNCIA. Se não estiver a foto de Gabriela ao lado da palavra, mandem de volta para as editoras e peçam um atualizado.

Resiliência é um conceito psicológico emprestado da física, definido como a capacidade do indivíduo de lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas. A resiliência se trata de uma tomada de decisão quando alguém depara com um contexto entre a tensão do ambiente e a vontade de vencer. Essas decisões propiciam forças na pessoa para enfrentar a adversidade. A resiliência como uma combinação de fatores que propiciam ao ser humano condições para enfrentar e superar problemas e adversidades.

fonte: wikipédia

De minha parte eu tive o prazer de aprender esse conceito na prática com a nossa guerreira. Sinceramente, a sinergia entre a gente e a Gabriela é tanta, que ela motiva a gente a ter força de vontade para resistir a todas as provações e as diversas batalhas que passamos até agora.

Para se ter uma ideia, na primeira cirurgia após estar em casa, lá no longínquo janeiro de 2012, depois de um procedimento de 4 horas usando tubo de oxigênio, ela desperta, bate palmas, atira beijo para a equipe médica e pede colo. O detalhe desse caso é que a cirurgia era para tentar impedir que o cerebelo entupisse o canal medular o que poderia ter graves consequências. O procedimento foi tão complicado quanto a serenidade dela pode transmitir na foto.


Na segunda cirurgia, em julho do mesmo ano agora para soltar as raízes medulares que estavam presas nos ossos da região do sacro, ela reagiu tão bem no pós-operatório que saiu do hospital dois antes do previsto, conforme  o sempre presente sorriso demonstra.



Na terceira cirurgia, essa ortopédica e em janeiro desse ano, antes de entrar para a sala de preparação, ela estava fantasiando que iria para um concurso de princesas e depois da mesma, na sala de recuperação, ela estava tão preocupada em ir embora que pediu ao médico que deixasse ela olhar o desenho enquanto tomava o achocolatado dela.



Mas tudo isso é uma preparação para a maior etapa, a que realmente começou em setembro. Chegou o tão esperado tutor. No começo, como sempre, Gabriela foi resistente, chorou na penúltima prova, se agarrou em mim na prova definitiva. Começamos um trabalho de adaptação e em poucos dias, apesar dos resmungos normais, ela estava usando o aparelho. Algumas sessões de terapia e, no dia do aniversário da minha guerreira, compartilho com vocês uma pequena parte do que é ser presenteado com essa verdadeira força da natureza.





E essa é apenas uma pequena parte da GRANDE AVENTURA que é ser pai da Gabriela

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

MOVIMENTOS DE GUERRA

Chegar em um ambiente que se mostra inóspito, demonstrando claramente o quanto somos estranhos e não somos muito bem quistos. Foi assim que nos sentimos hoje. Parecíamos estar em terreno inimigo, invadindo um espaço que não tínhamos o direito de estar lá.

Alheio a tudo isso estavam nossos principais guerreiros, ainda munidos de suas armas tradicionais, mas esperando ansiosamente por armamento especializado para a batalha que estava por vir. Contudo, como pode acontecer quando estamos em guerra, nosso armamento não chegou a tempo. Restava a gente usar o que tínhamos naquele momento. E foi o que fizemos. 

Apesar do ambiente externo ser um pouco hostil, o local onde a contenda aconteceria era mais aprazível, de maior receptividade. Com os proclames de abertura, percebeu-se que a mesma se daria na forma de duelos, onde cada lado teria duas chances de mostrar sua força. Do nosso lado, tomamos uma estratégia mais ampla e coletiva, não revelando de vez todo o nosso poder, mas dando idéia do que poderia acontecer se fossemos desafiados.

E foi exatamente o que o outro lado fez, contra-atacando com sua arma mais pesada, de grande poder bélico, nos deixando meio desnorteados diante da beleza e plasticidade da forma como lutavam. Tínhamos que reagir de alguma forma, e foi o que fizemos, mandando para cima deles nossos 3 guerreiros mais experientes, mais voluntariosos e melhores preparados. Naquele momento, ganhamos o respeito do nosso adversário. Mesmo assim, tentaram algo diferente, mostrando sua fibra e sua paixão pela luta. 

No final, para demonstrar quão grandiosa foi aquela batalha e quão grande era a nossa satisfação de sermos vistos como iguais, mostramos uma nova arma, mais diversificada, mas que nada mais era que um movimento de comemoração, uma tentativa de tentar mostrar ao adversário que podemos ser diferentes, mas temos a mesma paixão e o mesmo amor pelo bom combate. Sendo assim, teremos que conviver e respeitar uns aos outros. 


Esse foi mais uma INEBRIANTE AVENTURA na minha vida de pai da Gabriela.