quinta-feira, 1 de maio de 2014

O SUSTO - parte 2, a reação

A notícia não era nada boa, não só pelo diagnóstico, mas também por não sabermos quais as sequelas da má formação, sabíamos apenas que ela precisava fazer, pelo menos, duas cirurgias, uma para o fechamento da lesão e a segunda para "resolver" a hidrocefalia. Nosso maior medo na época eram as sequelas neurológicas e motoras, pois com a formação da coluna e a consequente ação do liquor, além dos riscos decorrentes das duas cirurgias, todas envolvendo nervos e em áreas delicadas, sequelas graves seriam possíveis.

Após a consulta, uma avalanche de sentimentos passou pela cabeça e pelo coração, principalmente revolta e culpa por não sermos capazes de gerar uma criança "perfeita".

Esse tipo de reação, num primeiro momento poderia ser esperado, mas muitos não entenderam, pois como qualquer ser humano, somos passíveis de fraqueza. Inclusive nosso tio, tempos depois, nos cobrou uma atitude mais madura, com menos revolta, menos lamento, sem compreender que aquele era apenas um momento em que fraquejamos.

Passado o susto,  eu e a Letícia decidimos encarar o que Deus e a vida gostariam de nos ensinar. Era óbvio que estávamos apavorados, mas não adiantava ficarmos focados com situações sem modificação durante a gravidez. Tínhamos que aceitar a tarefa de sermos pais da GABRIELA com todo o peso da função. Hoje, olhando para trás, temos certeza que tudo foi apenas para o nosso amadurecimento. Como algumas vezes ouvimos: "Deus não dá uma missão para alguém que ele não acredita francamente na sua capacidade de realização".

Essa foi a terceira PEQUENA VITÓRIA da Gabriela e uma GRANDIOSA VITÓRIA do Edison e da Letícia

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